Gauche.”Vai, Carlos! ser gauche na vida”. Ser gauche na vida. Eis, para mim, a mais perfeita definição de poesia. Vai, ser gauche, na vida. E não em algum lugar pacificado, seja lá qual for. O verbo no imperativo, como se Carlos, sinônimo de ser, fosse um querelado, um criminoso. Vai, letra a letra, enredado em…
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MURILO MENDES E A POESIA BRASILEIRA DE HOJE
A poesia de Murilo Mendes representa um desafio para a crítica porque, entre tantas razões, percorreu o caminho oposto ao de outros grandes poetas brasileiros: foi melhorando ao longo do tempo, especificamente, a partir de Poesia Liberdade, de 1947, quando seus contemporâneos, como Carlos Drummond de Andrade, já haviam praticamente escrito seus livros mais significativos….
MEU NOVO NOME: GREGOR SAMSA
Decidi mudar meu nome desde os atentados de novembro em Mumbai. Estava, há muito, enjoado de meu nome artístico: Régis Bonvicino. Os brasileiros não conseguem pronunciar corretamente Bonvicino. E o sobrenome italiano custou-me discriminações ao longo da vida. Cogitei Régis Antonio Rodrigues Bonvicino — extenso demais — e Régis Rodrigues, curto, com uma aliteração, mas inexpressivo,…
MARIO QUINTANA: O POEMA FAZ-SE
Descobri Mario Quintana através de Paulo Roberto Falcão – o melhor meio-campista que vi jogar, seja com a camisa da seleção brasileira, com a do Internacional de Porto Alegre ou com a da Roma. Falcão somava o Clodoaldo e o Gerson da Copa do Mundo de 1970, numa perspectiva mais contemporânea, renovada. Soube, pelos jornais, que…
Entrevista inédita de Régis Bonvicino a Rogério Duarte, Odile Cisneros, Tiago Cfer e Luis Dolhnikoff
Sobre o autor
Régis Bonvicino Nascido em São Paulo em 1955, Régis Bonvicino reuniu seus poemas numa publicação em Até agora: poemas reunidos (São Paulo: Imprensa Oficial, 2010) e numa seleção, traduzida para o inglês e publicada em 2017 (Beyond the Wall: New Selected Poems. Los Angeles: Green Integer). Ele faz parte de uma geração de poetas brasileiros…
Rosselini no Brasil
A tema da fome reapareceu com força inédita nesse Brasil de Bolsonaro e da pandemia. Roberto Rossellini (1906-1977) esteve em Recife e Salvador, meados dos anos 1950, onde travou contato com, entre outros, Gilberto Freyre e um Glauber Rocha de 19 anos. Consta que ele fez algumas filmagens nessas duas cidades, mas o roteiro do…
[Esse jeito], de Régis Bonvicino
Wilberth Salgueiro No poema, o poeta é um ser em conflito: embora deseje a glória do gol, sabe que ele só virá se vier com a ajuda, com o “jeito de meia-armador” esse jeitode meia-armador(cerebraldistante)é pra disfarçara vontadede sergoleadorpoetacentroavante Assim Guimarães Rosa finda seu estupendo conto-prefácio “Aletria e hermenêutica”, que finaliza Tutameia (1967): “O livro…
Deus devolve o revólver, fita K7 – Arte: Rodrigo Dário
Trabalho sonoro e visual criado para o artista Régis Bonvicino. “Deus Devolve o Revólver” é um apanhado de poemas precedentes ao livro “A Nova Utopia”. Rodrigo Dário foi responsável pela criação visual de todo material gráfico e desenho de som / composição do álbum sonoro. Lançado em 2019 pelo selo De Lírio Records. Foto: Wladimir…
Entrevista para Blog Diários do Arrabalde de Wilson Luques Costa
1 – Fale de você: onde nasceu? Qual formação? Onde vive? O que faz? Régis Bonvicino: Eu nasci em São Paulo na Maternidade Pro Matre. Meus pais residiam na Aclimação, Sobrados, numa rua sem saída, geminados em fileiras, com chorões, morávamos em um deles. Depois, ainda na infância, nós fomos para o Itaim Bibi, que…