VEJA RECOMENDA
Editora Abril
Edição 2001, Ano 40, no 12
28 de março de 2007
Tiragem dessa edição: 1.205.745 exemplares
Página órfã, de Régis Bonvicino (São Paulo, Martins, 2007), 136 p., 29 reais
Augusto dos Anjos, um dos mais estranhos poetas brasileiros, definiu-se como “aquele que ficou sozinho/ Cantando sobre os ossos do caminho/ A poesia de tudo quanto é morto”. Quase um século depois, pode-se dizer que Régis Bonvicino, um dos mais destacados poetas contemporâneos do Brasil, coloca-se na mesma tradição. É um cantor da matéria desprezada – mas com um novo acento, talvez mais agressivo, marcado pelo gigantismo urbano de São Paulo, sua cidade natal. Os poemas de Página órfã buscam sua matéria no lixo, na poluição, nos ratos, nos mendigos, em contraste irônico com os out-doors publicitários onde figuram modelos decadentes: “Há cacos de vidro na comida todos os dias”, diz um de seus contundentes versos.
VEJA RECOMMENDS
Editora Abril
Issue #2001, Year 40, #12
March 28th 2007
Circulation: 1,205,745 copies
Página órfã [Orphan page], by Régis Bonvicino (Sao Paulo, Martins, 2007) 136 p., 29 reais
Augusto dos Anjos, one of the strangest Brazilian poets, defined himself as “the one who stood alone/ Singing over the bones of the road/ The poetry of all that is dead”. Almost a century later, one might say that Régis Bonvicino, one of the most prominent contemporary poets in Brazil, places himself in the same tradition. He sings the despised matter – though with a new accent, perhaps a more aggressive one, marked by the urban gigantism of Sao Paulo, his hometown. The poems from Página órfã find their matter in trash, pollution, rats, the homeless, in ironic contrast with publicity billboards depicting decadent models: “There are glass shards in food every day”, as one of his blunt lines states.
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