Convergência, de 1970, escrito entre 1963 e 1966, foi o último livro de poemas publicado em vida por Murilo Mendes. O livro é, na extensão de seus 145 textos, desigual: alterna momentos altos, definitivos, com momentos baixos – aqueles nos quais as palavras perdem-se em paronomásias gratuitas. Esses momentos mais baixos, que não chegam a…
Autor: Régis Bonvicino
OS CUS DE JUDAS
Uma nota de 1992 sobre Os cus de Judas (Lisboa, Vega, 1979), de António Lobo Antunes (nascido em 1942), estampada no jornal português O Público, asseverava, com razão: “É impossível transmitir, num curto resumo, uma pálida noção sequer do tecido denso e engenhoso deste livro”. Este resenhista está, portanto, diante de um desafio e muito próximo do fracasso:…
“Silogismos de Cioran operam entre filosofia e poesia” – Régis BONVICINO
Folha de S. Paulo, 2 de março de 1991 Em “Silogismos da Amargura”, escrito em 1952, o filósofo heterodoxo E. M. Cioran opera, em pensamento e linguagem, entre a filosofia e a poesia em prosa. O ceticismo, que o próprio filósofo considera “a elegância da ansiedade”, aparece, neste livro, sob a forma de aforismos, frases…
33 poemas contra a ironia do beco sem saída
Estado de São Paulo, Caderno 2, página 4, quinta-feira, 28 de junho de 1990. Régis Bonvicino lança hoje em São Paulo 33 poemas. É o quarto livro de poesias do autor, que, neste trabalho, exibe inteligência e humor aliados a um fazer poético sério e crítico. Moacir Amâncio Com este livro, Régis Bonvicino estabelece plenamente seu…
Orelha 33 Poemas
Boris Schnaiderman Desde que apareceu em nossa poesia, Régis Bonvicino vem se afirmando com sua voz própria, inconfundível. A experimentação mais arrojada vem sempre acompanhada, nele, de uma grande inquietação existencial, marcada que está pelo patético dos grandes momentos em que a poesia se apossa de alguém. Se pratica o jogo intertextual, este jogo…
Fino desenho, Paulo Leminski
O autor deste livro é sósia daquele Régis Bonvicino, que publicou Bicho Papel em 1975 e Régis Hotel em 1978, feixes de poemas de forte construção e restrita circulação. Ou seria uma cópia? Sósia da Cópia. Neste livro a poesia é uma discussão, viva e criativa, do próprio conceito de originalidade. O que é ser…
Os poemas de Régis Bonvicino
José Paulo Paes O Estado de S. Paulo, Suplemento Literário, 10 jul. 1983 Entre os poetas da geração posterior àquela que assistiu ao surgimento e afirmação da poesia concreta entre nós, Régis Bonvicino parece ser um dos poucos em que o seu influxo alcançou finalmente transitar da imitação para a invenção. No que ele faz,…
José Paulo Paes
… o adjetivo “magistral” é aqui usado inclusive em sua acepção pedagógica, pois a atividade tradutória dos fundadores da poesia concreta encontra – hoje – continuadores (em alto nível e com dicção e repertórios próprios) da competência de Régis Bonvicino, Paulo Leminski e Nelson Ascher … José Paulo Paes, O Estado de S. Paulo, 6 de…
Décio Pignatari
TORQUATO NETO: CONVERSA ENTRE DÉCIO PIGNATARI E RÉGIS BONVICINO Como você situaria Torquato? Um poeta letrista ou um poeta que fazia poesia escrita?Torquato era um criador-representante da nova sensibilidade dos não-especializados. Um poeta da palavra escrita que se converteu à palavra falada, não só à palavra falada idioletal brasileira, mas a palavra falada internacional. A…
Caetano Veloso 1979
Entrevista de Caetano Veloso a Régis Bonvicino [1] A entrevista que se segue foi publicada em 1980 em um dos números da revista Código, editada em Salvador, por Erthos Albino de Souza – hoje uma raridade. Erthos apoiava financeiramente algumas das empreitadas decisivas de Augusto e Haroldo de Campos como a publicação do resgate de Sousândrade…