OTHER POEMS
REPEATING ONESELF
repeating oneself
in putrefied that nothing
not a hollow or apparent being
repeating oneself
in absence, not in nothing,
of soft flesh on lips
thighs, hair that
entwines in desire
not
like the night
a yawn in front of the erect
a blind narcissus ruin
is repeated:
white under black spots.
Tr. John Milton and Regina Alfarano
REPETIR-SE
repetir-se
em putrefatas que nada
nem um ser oco e aparente
repetir-se
em ausência, não em nada,
de carnes suaves em lábios
coxas, cabelos que se
emaranham em desejo
não
como a noite
bocejo diante do ereto
um narciso escombro cego
repete-se:
branco sob pontos negros.
INNER LOOK
Inner look,
inner touch –
alone, in itself,
in silence
I go inside,
the outsiders
inside out,
I concentrate
from being
inside
concentrated
in a gust
of wind
but it is inside
the inside
sometimes, a monument
other’s and mine
from the outside
with them I go inside –
hair from the inside,
nails from the inside –
mirage-fragment
of breasts
OLHAR DE DENTRO
Olhar de dentro,
tocar de dentro –
só, em si mesmo,
onde em silêncio
adentro,
onde os de fora,
avessos,
me concentro
de estar
dentro
que se concentra
numa rajada
de vento
mas está dentro
do dentro –
às vezes, monumento
os dos outros e os meus
de fora
com eles entro –
cabelos de dentro,
unhas de dentro –
miragem-fragmento
de peitos
inside,
the outside distracts me
from the inner inside –
still less
than intimate, for inside –
subcutaneous
but not towards where veins end,
where there is only marrow
an inside without semblances –
inside,
for one moment
extremities
of the inside
Tr. Regina Alfarano and Dana Stevens
dentro,
e o de fora me desconcentra,
dentro do dentro –
ainda pouco
íntimo para um dentro –
subcutâneo
mas não aonde não mais veias,
onde apenas além âmago
dentro sem aparências –
dentro,
por um momento,
extremidades
do dentro
DEAD ON ME
Turned into words, what is seen is dead inside
alternate luminosity
through the lightning among the blues
in thunder
I am inside out: whatever was grasped
mislaid one of my centers
A hollow weight echoes in my head
like a wail
Tr. Regina Alfarano
MORREU-ME
Morreu-me o visto como palavra,
luminosidade intercalada
pelo raio entre os azuis
com os trovões
Eis-me aqui por dentro : o que captei
fez com que eu perdesse um de meus centros
Um peso oco soa na cabeça
como um lamento
TIME
Time struck
the branch of a glorybush
rotten, on the ground
after the rain
Withered leaves
from another tree
bent from the heat
like closed fists
Less live
now, the colors of the bird-of-paradise
The gate to the house,
not a reminder of the first day
A hole
has exhausted
part of the asphalt
The red
of the car on the corner
The blues in shades
on the building façade,
almost invisible
Colored graffiti on the walls,
also unspared by time,
have become illegible
Tr. Regina Alfarano and Dana Stevens
O TEMPO
O tempo foi de encontro
ao galho da quaresmeira
podre, no chão,
depois da chuva
Folhas murchas
de outra árvore
encurvadas pelo calor
como mãos fechadas
Menos vivas,
agora, as cores da estrelitzia
O portão da casa,
não lembra seu primeiro dia
Um buraco
exauriu
um pedaço de asfalto
O vermelho,
do automóvel na esquina
Os azuis em tons,
na fachada do edifício,
quase invisíveis
Grafites coloridos nos muros,
tampouco
poupados pelo tempo,
tornaram-se ilegíveis
LEGEND, Nº 2
Tree fragments
space imposes
on sight
Red no
to cars
under wires
In window-
like silence
this empty line.
Tr. Guy Bennet
LEGENDA, Nº 2
Fragmento de árvore
que o espaço impõe
à vista
Vermelho de não,
a automóveis,
sob fios
Em silêncio como o
vidro da janela
este momento vazio.
NO NOTHING
No nothing still the other
Similar still to the same
minimal still the other
he himself not yet the other
of the same dead another
secluded in his body
Traces still of the same
deep inside the other not yet
scars link
tattoos dissipate
bludgeoned antennas, in ink
shards of the other splinters of the other
A stilled butterfly covers
scars on a body
Tr. Regina Alfarano and Dana Stevens
NÃO NADA
Não nada ainda do outro
semelhante ainda ao mesmo
mínimo ainda o outro
ele mesmo não ainda outro
de um mesmo morto outro
insulado em seu corpo
Vincos do mesmo ainda
no íntimo do outro tampouco
cicatrizes unem
tatuagens dissipam
antenas clavadas, em tinta
cacos do outro estilhaços do outro
Uma borboleta fixa encobre
cicatrizes num corpo