Octavio Paz, embora grande, foi um poeta inferior a Vicente Huidobro, Cesar Vallejo, Oliverio Griondo, aos prosadores Lezama Lima e Jorge Luis Borges, aos poetas brasileiros João Cabral de Melo Neto e Carlos Drummond de Andrade, mas, no entanto, alcançou um alto nível e foi um crítico excepcional, que projetou a América Latina no mundo, ao saber jogar com as contradições do poder, pelo qual sempre se deixou seduzir — uma de suas “falhas”. Não aprecio seu período antimarxista fanático, que contribuiu para tornar o mundo pior depois da queda do Muro de Berlim, quando somente passou a existir um capitalismo selvagem e se foram erodindo os direitos dos trabalhadores etc etc etc. No Brasil, encontrou em Haroldo de Campos um tradutor razoável (apesar da fama de “extraordinário”) de sua poesia. Ela precisa ser urgentemente traduzida ao “brasileiro”. Paz é um nome definitivo da história mundial da poesia e da crítica. Carece de uma releitura, que aponte novas trilhas em seu legado poético pois o legado crítico é superior e indiscutível.
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