Até o final (de Página órfã), a natureza objeto de predação, a violência e a apatia do espaço-lixo e do imaginário contemporâneos, a experiência existencial da angústia, a palavra poética e seu silêncio insubstancial, o sentido e a função da poesia num tempo que a ignora compõem as linhas de força dessa poesia. Nela, o olho da enunciação prefere a natureza-morta do corpo capitalista, que vem para a frente da cena em poemas como “Roupoema” e os excelentes “It’s not looking great!”, “Vestíbulo” e “Duas linhas”.
João Adolfo Hansen