Nasceu na cidade de São Paulo, em 25/02/1955. Advogado, jornalista, escritor e poeta, trabalhou como articulista do jornal Folha de S. Paulo e de outros veículos até ingressar na magistratura, em 1990. Seus três primeiros livros, Bicho papel (1975), Régis Hotel (1978) e Sósia da cópia (1983) foram por ele mesmo editados. Hoje, estão reunidos no volume Primeiro tempo (Perspectiva, 1995). Entre suas participações em leituras de poesia destacam-se as atuações em Buenos Aires (1990); Miami (Miami Book Fair, 1992); Copenhague (1993); na III Bienal Internacional de Poetas em Val-de-Marne (1995), fazendo leituras em Paris (Maison de La Amerique Latine) e Marselha (Centro Internacional de Poesia); Berkeley (1996), com Michael Palmer, e na San Francisco State Universty. Em 1998, apresentou-se com Charles Bernstein no Segue Performance Foundation, de Nova York; no ano de 1999 esteve em Santiago de Compostela, na Universidade de Santiago. Fez leituras em Iowa City (2000), com Michael Palmer, e em Chicago; participou do IV Encontro Internacional de Poetas de Coimbra (2001). Destaca-se ainda sua participação na Feira do Livro da Cidade do México (2004). Seu trabalho está traduzido para o inglês, espanhol, francês, chinês, catalão, finlandês e dinamarquês.Entre 1975 e 1983, dirigiu as revistas de poesia Qorpo Estranho – com três números –, Poesia em Greve e Muda. Fundou, em 2001, e co-dirige, ao lado de Charles Bernstein, a revista Sibila (http://www.sibila.com.br), publicada atualmente pela Martins Editora. Outros livros pubicados: Sósia da cópia (1983), 33 poemas (1990), Ossos de borboleta (1996) e Céu-eclipse (1999). Seu lançamento mais recente é o livro de poesias Estado Crítico (2013).
Como escrevo?
“O poema cria o método e o poeta. O livro vai criando seus métodos. Você me indaga sobre o poema Luz: ele retrata situação literal. Escrevia num pequeno cômodo. O abajur estava aceso. Havia dicionários e um mapa da lua sobre a mesa. O poema não ‘vinha’: ‘tinta seca de silêncios gêmeos’ – gemidos. Fazia muito frio. Era junho ou julho, à noite. Me sentia como se tivesse um prego de arame na cabeça. Tentava escrever, cansado, meus dedos se moviam sobre as teclas, mas “sombras” antecipavam cada palavra. Não conseguia dizer o que queria dizer. Me lembrei do poema Me transformo, de Ossos de borboleta ( 1996 ). E “borboletas” se acenderam em mim, precipitando entretanto “palavras”. Sim há o gosto sexual da palavra em mim tanto quanto o do sentido. O gosto de criar tramas de palavras, com sentido preciso. Luz se faz seguir por Ilustração de violeta, onde retomo a situação de noite de inverno, pensando na casa, e no dia-a-dia, como “campo de concentração”: muda seqüência de quinas! Mas escrevo de um modo geral sempre. Mas gostaria de, sobre poesia, dizer com serenidade: ‘Já nem penso mais nisso'”.
Onde escrevo?
Fotógrafo Eder Chiodeto
“A experiência de estar andando na rua sempre me foi estimulante. Escrever fechado o tempo todo num gabinete não me atrai.”
Crítica literária
“A crítica é amadorística no Brasil, no sentido técnico, e ‘aparelhista’ em virtude de estar quase sempre teleguiada por interesses obscuros, de grupos e de editoras. Há poucos críticos que são eruditos e independentes”.
Fonte: O Estado de São Paulo, março de 2006